Deus se identificou
como o “ajudador” de Israel (Êx 18.4; Dt 33.7), palavra essa que não denota
inferioridade, descreve uma função mais do que digna. Ninguém se desvaloriza
assumindo humildemente o papel de auxiliador. Como “ajudadora” do homem, a mulher se tornou sua parceira espiritual na
extraordinária tarefa de obediência a Deus, de domínio sobre a terra e também
foi parte vital para multiplicação das gerações (Gn 1.28) . A mulher amiga do
homem, deveria lhe proporcionar conforto
e companheirismo (Gn 2.23-24). Ninguém poderia encoraja-lo e inspira-lo mais do
que ela, visto que foi criada para isto. A frase “auxiliadora que lhe fosse
idônea” aparece somente nos vs. 18 e 20, enfatizando a semelhança entre o homem
e a mulher. Não era inferior ou superior a ele, mais igual e equivalente em sua
forma física, embora com uma função diferente e distinta.
Homem e mulher foram criados à imagem de Deus; a diferença é
que o homem foi formado do pó da terra e a mulher da costela do homem. Ela é a
cópia perfeita do homem, a mesma carne e ossos e a imagem de Deus exatamente
como o homem, igual a ele em tudo (Gn 1.27). E está inseparavelmente ligada a
ele através do próprio ato da criação. A integridade da raça esta assegurada (Gn
1.27-28 ); a dignidade e o valor da mulher estão assegurados (Gn 2.22 ); a base
do casamento cristão está estabelecida de um modo memorável.
A criação da mulher não foi uma decisão tardia. O homem foi
planejado e criado física, emocional, social e espiritualmente já com a futura criação
da mulher planejada e assegurada. Na realidade, Deus disse que não era bom ao
homem estar “sozinho”, ele precisava da mulher. Deus criou o homem do “pó da
terra”, mas criou a mulher da “costela” do homem.
Deus usou Adão para
expressar a singularidade da mulher através de um jogo de palavras único, onde
a própria linguagem reflete a unidade que Deus planejou entre o homem e a
mulher. A expressão” osso dos meus ossos e carne da minha carne” aparece em
outras passagem do Antigo testamento como indicação de um relacionamento
consanguinio. Embora Adão tenha dado nome a mulher, isso não determina que
tivesse uma posição superior à dela. Na cultura oriental, o ato de dar nomes,
mesmo nos dias de hoje, é significativo e na maioria dos casos denota
autoridade e responsabilidade. Note por exemplo, o ato de dar nomes aos animais
(vs 19-20 ), a mudança do nome de Jose por Faraó( Gn 41.45 ), o novo nome de
Matias dado por Nabucodonosor (2Rs 24.17), e o novo nome dado pelo eunuco de
Nabucodonosor a Daniel e seus amigos (Dn 1.6-7 ). O nome da mulher é um
reconhecimento de sua origem, do mesmo modo que o de Adão confirma sua criação a
partir do pó da terra (Gn2.19).