terça-feira, 16 de fevereiro de 2016

Criação da Mulher



            Deus  se identificou como o “ajudador” de Israel (Êx 18.4; Dt 33.7), palavra essa que não denota inferioridade, descreve uma função mais do que digna. Ninguém se desvaloriza assumindo humildemente o papel de auxiliador. Como “ajudadora” do homem,  a mulher se tornou sua parceira espiritual na extraordinária tarefa de obediência a Deus, de domínio sobre a terra e também foi parte vital para multiplicação das gerações (Gn 1.28) . A mulher amiga do homem, deveria  lhe proporcionar conforto e companheirismo (Gn 2.23-24). Ninguém poderia encoraja-lo e inspira-lo mais do que ela, visto que foi criada para isto. A frase “auxiliadora que lhe fosse idônea” aparece somente nos vs. 18 e 20, enfatizando a semelhança entre o homem e a mulher. Não era inferior ou superior a ele, mais igual e equivalente em sua forma física, embora com uma função diferente e distinta.
             Homem e mulher foram criados à imagem de Deus; a diferença é que o homem foi formado do pó da terra e a mulher da costela do homem. Ela é a cópia perfeita do homem, a mesma carne e ossos e a imagem de Deus exatamente como o homem, igual a ele em tudo (Gn 1.27). E está inseparavelmente ligada a ele através do próprio ato da criação. A integridade da raça esta assegurada (Gn 1.27-28 ); a dignidade e o valor da mulher estão assegurados (Gn 2.22 ); a base do casamento cristão está estabelecida de um modo memorável.
A criação da mulher não foi uma decisão tardia. O homem foi planejado e criado física, emocional, social e espiritualmente já com a futura criação da mulher planejada e assegurada. Na realidade, Deus disse que não era bom ao homem estar “sozinho”, ele precisava da mulher. Deus criou o homem do “pó da terra”, mas criou a mulher da “costela” do homem.
             Deus  usou Adão para expressar a singularidade da mulher através de um jogo de palavras único, onde a própria linguagem reflete a unidade que Deus planejou entre o homem e a mulher. A expressão” osso dos meus ossos e carne da minha carne” aparece em outras passagem do Antigo testamento como indicação de um relacionamento consanguinio. Embora Adão tenha dado nome a mulher, isso não determina que tivesse uma posição superior à dela. Na cultura oriental, o ato de dar nomes, mesmo nos dias de hoje, é significativo e na maioria dos casos denota autoridade e responsabilidade. Note por exemplo, o ato de dar nomes aos animais (vs 19-20 ), a mudança do nome de Jose por Faraó( Gn 41.45 ), o novo nome de Matias dado por Nabucodonosor (2Rs 24.17), e o novo nome dado pelo eunuco de Nabucodonosor a Daniel e seus amigos (Dn 1.6-7 ). O nome da mulher é um reconhecimento de sua origem, do mesmo modo que o de Adão confirma sua criação a partir do pó da terra (Gn2.19).

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